19 Apr 2013

Sillustani e as torres funerárias / Sillustani and the funeral towers

No período da tarde mudamos de cenário e fomos para Sillustani, um sitio arqueológico localizado num simpático vilarejo cerca de 35 km de Puno e que traz algumas construções incríveis.

Essas construções são as Chullpas, ou seja, as torres funerárias dos pré-Incas Collas e Incas (a diferença é que as torres rústicas eram pré-Incas e as polidas eram Incas) nas quais os nobres da época eram enterrados, na maioria das vezes, em posição fetal e, isso porque se entendia que o momento da morte era o renascimento para uma nova vida, num outro mundo.

Muitas dessas torres foram destruídas pelos “caçadores de tesouros”, uma vez que a tradição da época envolvia enterrar a pessoa com alguns pertences, pois se acreditava que se partiria para uma nova vida e seriam necessários tais pertences. Por isso, eles celebravam a morte com alegria. Porém, quando os espanhóis dominaram aqueles povos, eles não conseguiam entender tal comportamento e passaram a exigir que eles chorassem nos funerais.

As Chullpas de Sillustani ficam num platô a 3.900 metros de altitude às margens do lago Umayo. Talvez, pelo fato de ter sido meu primeiro dia de atividade na altitude de Puno, a subida ao topo do sítio arqueológico me exigiu um bom esforço (os efeitos da altitude foram sentidos), mas valeu a pena subir, não apenas para visitar as ruínas, mas também pelo visual belíssimo que toda aquela região em geral, e o lago Umayo em particular, proporciona a seus visitantes.

Aqui a minha viagem já estava ganhando contornos especiais e ainda era apenas o começo.

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That day in the afternoon we changed the scenery and went to Sillustani, an archeological site located in a sympathetic village around 35 km from Puno and where we can see some amazing constructions.

These constructions, their ruins in fact, are the Chullpas, the burial towers built by the pre Inca Collas and the Incas(the rustic ones are pre Incas and the polished ones are Incas) in which they buried elite at that period, most of the time, in foetal position and, it was because for them the death was the moment of the rebirth into a new life in another world. That´s why they used to celebrate death as something positively special. However, when the Spanishes dominated them, they could not understand this celebration and forced them to learn how to cry in death moments.

The Chullpas of Sillustani are 3,900 m above the sea level at the shores of Umayo lake. Perhaps, due to the fact that it was my first day of activity in Puno, the trail to the top of the plateau of this archeological site demanded me some extra effort (the effects of the altitude were strong), but it was well worth reaching it, not only to visit the ruins, but also to admire the amazingly beautiful view of the region in general and the Umayo lake in particular.

Here my trip was gaining a special meaning and it was just the beginning.

 

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17 Apr 2013

Puno/Peru – Lago Titicaca / Titicaca Lake

O dia seguinte foi o dia dos passeios. Iniciando pela mágica visita ao lago Titicaca e o contato com os Uros, comunidade que vive nas Ilhas Flutuantes do lago.

O lago Titicaca tem uma área total de 8.560 km² e percorre uma extensão até a Bolívia. Esse lago fica cerca de 3.810 m de altitude e é considerado o mais alto lago navegavel do mundo. O nome Titicaca vem da percepção dos habitantes locais sobre o seu formato, que segundo eles mostra um puma comendo um coelho. Daí Titicaca significa puma de pedra (Titi = gato ou puma / kaka = pedra).

Nesse lago os Uros constroem suas famosas ilhas. As ilhas são artificialmente construídas sobre as águas do lago através da utilização das raízes e palhas de uma planta chamada Totora. Faz-se necessário um constante trabalho de manutenção para assegurar a flutuabilidade de tais ilhotas (a cada 25 dias uma nova camada de palha deve ser colocada na ilha) onde os residentes pescam, caçam pássaros, plantam e por último exploram o turismo com a venda de artesanato.

Da Totora eles retiram mais do as raizes e a palha para fazer a ilha. No caule dessa planta ha uma parte branca, chamada Chullio, que serve de alimento e tem um gosto semelhante a cana de açucar e a flor da Totora, Chumi, serve de remédio para problemas estomacais.

Há, digamos dois grupos de moradores nas ilhas: aqueles que se socializam com os turistas e vivem inclusive da venda de artesanatos. E, por outro lado, há os reclusos que apenas interagem entre eles mesmos.

Na pequena ilha que visitei moram 25 pessoas, sem dúvida, muita gente para um espaço tão pequeno. E eles tem um método interessante de “ajuste de divergências”, digamos assim. Se houver alguma discórdia na ilha, o “juiz” da ilha é o serrote com o qual eles dividem a ilha e separam os causadores do problema.

E também fiz um passeio pelo lago em uma barca típica dos Uros.

Resumindo tudo isso, uma experiência incrível.

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The next day was the the day of the tours in Puno. And it started by the magical visit to Titicaca lake and the contact with Uros, a community who lives on Floating island.

Titicaca lake has an total area of 8,560 km² and its length reaches Bolivia. This lake is 3,810 m of altitude above sea level and it´s considered the highest navigable lake in the world. The name Titicaca comes from the perception of the inhabitants about its format, it means, according to them it seems to be a cougar (puma) eating a rabbit. So, Titicaca means stone cougar (Titi = cat or cougar  kaka = stone).

In this lake the Uros build their own famous islands. The islands are artificially built using the roots and straw of a plant called Totora. It requires a constant work of maintenance to assure the island to float (every 25 days a new layer of straw must be placed on the island) as it is where they live, they fish, they plant and they explore tourism through allowing the visits and selling handicrafts.

From Totora they use more than the root and straw. There is a white part of the stalk, called Chuillio, which they eat and it taste is like sugar cane. They also use its flower, called Chumi, as medicine for stomachache.

I may say there are two different groups of island´s inhabitants: those who socialise with tourists and those who live recluse.

In the small island I visited live 25 people, no doubt it´s too much people for a small space. By the way they have an interesting way to solve conflicts among them. If there is a discord in the island the “judge” is a saw to cut the island and leave each one a part of the island.

Summarising, it was an amazing experience.

As algas no lago Titicaca / Titicaca lake and seaweed

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A Totora

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chegando na ilha / arriving in the island

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como a ilha é feita / how they make the island

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a mama da ilha / the mama of the island

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a escola / the school

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Puno/Peru – a cidade / the city

Na manhã seguinte, e manhã mesmo (6:30 h) la fui eu para o aeroporto Jorge Chavez em Lima (nada a ver com Hugo Chavez ok. Jorge Chavez foi o pioneiro da aviação Peruana). O voo era para Juliaca (1h e meia) e de lá rumo a Puno numa viagem de 1 hora de ônibus.

O voo foi tranquilo, mas a chegada a Juliaca impressiona, pois parece um vilarejo abandonado, o mesmo vale para alguns outros vilarejos da região, mas o que realmente impressiona é o visual no trajeto, principalmente para nós Brasileiros não acostumados com montanhas.

A chegada a Puno também é incrível, pois a cidade está localizada na parte baixa das montanhas, ao lado do lago Titicaca (originalmente Titikaka) e nos morros, as casas.

Fiquei hospedado no hotel Qelqatani, o qual recomendo.

E já aproveitando, vale mencionar… sim, os efeitos da altitude requerem cuidados.

Nesse primeiro dia em Puno caminhei pela cidade como que para fazer um reconhecimento. Nada preocupante, até porque estamos falando de uma cidade muito pequena com 160.000 habitantes.

Um pequeno passeio pela Plaza de Armas e depois um delicioso jantar no restaurante Mojsa, cujo menu foi Trucha Mojsa (truta grelhada banhada em um molho a base de mel e mostarda acompanhando de arroz vegetariano)… simplesmente dos deuses.

Puno está localizado a 3.860 metros de altitude acima do nível médio do mar e, também por isso, é escolhida como ponto de parada para aclimatação com a altitude (aliás a dor de cabeça foi forte no primeiro, mas depois tudo correu bem).

Nessa época é o verão e período das chuvas, as quais, por sorte decidiram me acompanhar por pouquíssimo tempo, mas as temperaturas são muito diferentes do que se considera “verão”.

Durante o dia, com sol a sensação era boa, porém na sombra o frio ja se fazia presente. À noite, entretanto há que se proteger bem das baixas temperaturas (eu peguei 3º graus).

Vale a pena conhecer um pouco da história de Puno e da mística Inca da cidade, que é considerada a “Capital Folclórica do Peru”. Acesse Puno.com.

Dicas:

  • use protetor solar. A sensação de frio pode esconder a intensidade do sol na região.
  • além do restaurante Mojsa, visite também La Choza de Oscar, local para boa comida e música e dança ao vivo.
  • chá de coca ajuda muito quanto aos efeitos da altitude.
  • se precisar comprar algo em supermercado há um próximo à estação de trem, bem ao estilo dos hipermercados que conhecemos.
  • experimente os diversos cereais da região: quinua, kiwicha, kañiwa.
  • experimente carne de alpaca…é muito boa e saudável.

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In the next morning, and I really mean it (6:30 am) there I went to Jorge Chavez airport in Lima (do not make a confusion with Hugo  Chavez ok. Jorge Chavez was the pioneer in Peruvian Aviation). The flight to Juliaca was about 1:30 hour and from there to Puno in one hour bus trip.

The flight was nice but arriving in Juliaca is impressive, as it seems to be an abandoned village and the same first impressions is applied to other villages along the way to Puno. But what really impresses is the view of the region, mainly for us, Brazilian not used to seeing mountains.

The arrival in Puno is also amazing as the city is located down the hill, beside Titicaca (originally Titikaka) lake and the houses located on the hill.

I stayed at Qelqatani hotel, which I do recommend.

And it´s worth mentioning that the altitude effects require special attention.

In the first day in Puno I went for a stroll in order to better know the location. Nothing to be worried about in fact as Puno is a small town with 160,000 inhabitants.

During this stroll I reached Plaza de Armas and after that there I went to Mojsa restaurant where I ate Trucha Mojsa (grilled trout bathed in a sauce of honey and mustard accompanying rice with vegetables)… simply divine.

Puno is located at 3,860 metres above the sea level and, because of that it was chosen to be the place to acclimatise with the altitude (by the way I got a strong headache in the first day, but after that nothing else related to the altitude).

This is summer and rainy season, and fortunately the rain followed me rarely, but the temperature is very different from what we can consider “summer”.

During the day the sun is nice, however under the shadows some cold can be felt. But at night it is necessary to be well prepared for the cold weather (I got 3ºC degrees).

It´s also worth knowing a little about the history of Puno and its Inca mystical side of this town considered the “Folkloric Capital of Peru”. Access Puno.com.

Hints:

  • use sunblock. The cold sensation can give a false perception about the sun intensity.
  • besides Mojsa restaurant, you also have to visit La Choza de Oscar, a nice place for food and for live typical show.
  • coca tea helps a lot to deal with the altitude effects.
  • if you need to buy something in a supermarket you will find a nice one near the train station
  • try the region cereals such as: quinua, kiwicha, kañiwa
  • try alpaca meat…. it´s delicious and healthy.

no caminho de Juliaca para Puno / on the way from Juliaca to Puno

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chegando em Puno / arriving in Puno

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a catedral de Puno por fora… / Puno Cathedral outside…

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…por dentro / …inside…

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…e a noite / … and at night

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14 Apr 2013

Lima: O inicio da aventura/ Lima: the beginning of the adventure

Essa foi uma viagem atípica para mim, ao menos no que diz respeito aos momentos anteriores a ela, pois sempre me planejo para tal e, dessa vez, tudo foi decidido em apenas 4 dias.

Isso porque estava no meio de uma transição de emprego e me sobraram 10 dias para férias, assim, lá fui eu fazer umas das aventuras que estavam na minha lista: a trilha de Machu Picchu.

Tudo parecia que ia ser uma catástrofe. Acordei atrasado para ir ao aeroporto (por sorte havia feito o check in online), esqueci uma das mochilas em casa (como vocês poderão ver não foi a mochila com o equipamento fotográfico), não consegui embarcar com o bastão de trilha (também não consegui despacha-lo). Resumindo, parecia que a “falta de preparação prévia” iria me custar uma boa viagem. Mas, isso era apenas um “rito de passagem” para enfatizar aquele momento, pois a partir do momento em que entrei no avião só tive surpresas muito positivas na viagem.

Foram 10 dias de viagem separados entre: Lima, Puno, a trilha de Salcantay, Cusco em finalmente Machu Picchu.

Começando pela capital do Peru, por la fiquei algumas horas na verdade. Cheguei na hora do almoço e na manhã seguinte já estava indo para Puno para me aclimatar com a altitude e já começar a me surpreender com os passeios.

Diante do pouco tempo em Lima, optei por um city tour, ainda que não me agrade nada essa ideia, mas ao menos pude conhecer um pouco da cidade.

O meu almoço foi no Shopping La Marco com excelente vista para o mar. Aliás, vale ressaltar desde o primeiro post…a culinária do Perú é excelente.

Algumas curiosidades sobre a cidade:

  • em Lima não chove. Ao menos foi o que me comentou a guia local.
  • água, so mineral.
  • taxi nao tem taxímetro. Antes de entrar no carro, você negocia o preço da corrida. E, como estamos falando de uma cidade turística, é importante checar também a moeda em que o preço é informado – dólar ou soles (1US$ = 2,50 soles).
  • trânsito é uma loucura, não apenas pelo congestionamento, mas pela falta de respeito em cruzamentos, por exemplo e pelo excesso de buzinas. Como gostam de buzinar esses Peruanos.

O city tour foi rápido. Passamos pelos seguintes pontos turísticos:

  • ruínas de uma pirâmide dentro da cidade.
  • praça do amor.
  • Plaza Mayor – onde fica a sede do governo e o “local de nascimento da cidade”.
  • mosteiro de Sao Francisco e as catacumbas.

Foi um passeio rápido. A cidade e seus atrativos merecem um dia a mais, ao menos, para ser melhor explorados.

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This trip was atypical for me, at least concerning the days prior to departure, as I am used to planning it, but this time everything was decided in only 4 days.

It was like this because I was in a job transition moment and I got 10 days of Holidays, so I decided to go in one of the my listed adventures: the trail to Machu Picchu.

Everything seeme to be a disaster. I woke up late in the morning of the flight (lucky me I did my ckeckin on line), I forgot my backpack (as you will see it was not the backpack with my photographic equipment), I was not allowed to embark with the walking stick (and I haven´t succeed shipping it too). Bottom line… it seemed that my “lack of previous preparation” would cost me a nice trip. But, it was just a “rite of passage” to emphasise that period in my life as since the moment I went into the airplane I only had great surprises in this trip.

It was 10 days of trip split among: Lima, Puno, the trail of Salcantay, Cusco and finally Machu Picchu.

Starting by the capital city of Peru, I just stayed a few hours there in fact. I arrived during the lunch time and I left Lima the next morning to Puno where I went to acclimatise with the high altitude but where I got surprised by the view and the tours.

Considering I had few hours only, I decided to go in a city tour, although it is not something that I enjoy, but I at least I got a little from the city history.

My lunch was at Mango´s restaurant in La Marco mall with an excelent view of the sea. By the way it is important to emphasise how excelent is the Peruvian cuisine.

Some curiosities about the city:

  • according the the local guide, in Lima it does not rain.
  • do you want to drink water? Drink only mineral water.
  • there is no taximetre in the taxis. You have to negotiate the price prior to start the journey. And be always sure about the money they are talking about – dolar or soles (1US$ = 2,50 soles).
  • the traffic is terrible not only because of the traffic jam, but also due to the lack of respect on streets juctions, for example and the excessive honk.

The city tour was short. We went through the following touristic points:

  • ruins of a pyramid in the city
  • “Love Square”
  • Plaza Mayor – where the goverment buildings are and where the city “began”.
  • monastery of Sao Francisco and the catacombs.

The city deserver more time, a day more, to better explore its attractions.

rua do bairro de Miraflores – local do hotel / street of Miraflores – district of the hotel

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praça em frente ao shopping La Marco / square in front of La Marco mall

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vista do oceano Pacífico da sacada do restaurante Mango´s / view of Pacific Ocean from Mango´s restaurant

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imagens do centro histórico de Lima / images of Historical centre of Lima

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detalhes das ruas de Lima / details of the streets of Lima

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